O futuro me caça, me procura, me persegue. Corre. O destino digno é ponteiro tresloucado e não espera. O meu destino tem complexo do Ser perecível – não teve tempo para aprender que validade não vale para quem corre contra o tempo. Ponteiros desregulados apontam para onde querem, fazem das datas reféns. Acalma-te, já não sabes pra onde vai, pra onde vou. Te encontro em alguma esquina: cruzamento do acaso da vida e o meu caso de vida. Porque eu corro também, mas atrás de qualquer destino. Preferência exigiria certeza e certeza aprisiona. Sedenta e perdida: digna. Quando ando caçando o futuro com passos previsíveis eu fico mais distante do destino porque quem espera imóvel ganha rugas; futuro previsto já nasce velho. Então ando sem bússola, porque assim cruzo com o inevitável. Corro. Meu destino é esboço de rabiscos e riscos – e passos largos -, com tentativas frustradas de reparos, porque meu destino é flecha.Corre.É vulto.
Então cruzo com um qualquer. Sedenta. Alucinada. Rabiscando o futuro.
É assim. Hoje temos sede, amanhã temos sede e cicatrizes. E depois teremos mais cicatrizes, e mais sede.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
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