O futuro me caça, me procura, me persegue. Corre. O destino digno é ponteiro tresloucado e não espera. O meu destino tem complexo do Ser perecível – não teve tempo para aprender que validade não vale para quem corre contra o tempo. Ponteiros desregulados apontam para onde querem, fazem das datas reféns. Acalma-te, já não sabes pra onde vai, pra onde vou. Te encontro em alguma esquina: cruzamento do acaso da vida e o meu caso de vida. Porque eu corro também, mas atrás de qualquer destino. Preferência exigiria certeza e certeza aprisiona. Sedenta e perdida: digna. Quando ando caçando o futuro com passos previsíveis eu fico mais distante do destino porque quem espera imóvel ganha rugas; futuro previsto já nasce velho. Então ando sem bússola, porque assim cruzo com o inevitável. Corro. Meu destino é esboço de rabiscos e riscos – e passos largos -, com tentativas frustradas de reparos, porque meu destino é flecha.Corre.É vulto.
Então cruzo com um qualquer. Sedenta. Alucinada. Rabiscando o futuro.
É assim. Hoje temos sede, amanhã temos sede e cicatrizes. E depois teremos mais cicatrizes, e mais sede.
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"Então eu corro demais
ResponderExcluirSofro demais
Corro demais só pra te ver meu bem
E você ainda me pede
Para não correr assim
Meu bem eu não suporto mais
Você longe de mim
Por isso eu corro demais
Sofro demais
Corro demais"
Roberto Carlos
me lembrou.