terça-feira, 13 de abril de 2010

A fresta ensolarada do ontem sem amanhã

Mesmo que o tempo passe e até já passou ou mesmo que a gente acabe o que eu guardo é você em mim, seu beijo no meu e nosso olhar perdido. Na verdade, o olhar perdido era o seu, mas me levou contigo e assim não se encontrarão jamais. O último toque antes de ir é como se fosse o primeiro de saudade, porque não tem saudade e não tem adeus. Não tem começo e, talvez por isso, não tem fim. Não tem nada além, nada a ser medido ou vivido ou cobrar o que não se tem. Não espero nada a não ser o próximo beijo seu, e o beijo meu que você guardou em ti. Talvez nem isso eu espere e falar disso até parece falar de flor para quem prefere a dor. Então falarei de flores e as dores se convencerão de que amores não são em vão. E você e eles e eu, talvez, entendamos que não teve amor, nem flor e nem dor. Só tivemos nós dois.

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